terça-feira, 31 de maio de 2011

Negligenciar o Espírito Santo - A. W. Tozer (Parte 1)


Ao negligenciar ou negar a divindade de Cristo os modernistas cometeram um trágico desatino, pois nada lhes fica senão um Cristo imperfeito, cuja morte foi mero martírio e cuja ressurreição é um mito. A atitude do modernista ao negar a divindade de Cristo é culposa, mas nós que nos orgulhamos de nossa ortodoxia, não devemos permitir que a nossa indignação nos cegue para os nossos próprios defeitos, pois nós também temos cometido nos últimos anos um erro crasso na religião, um erro estreitamente paralelo ao dos modernistas. O nosso erro (ou não deveremos dizer francamente, o nosso pecado?) tem sido o de negligenciar a doutrina do Espírito, a ponto de virtualmente negar Seu lugar na Divindade? O nosso credo formal é correto; o rompimento está em naquilo que cremos na forma prática.


Uma doutrina só tem valor prático na medida em que ela é proeminente em nossos pensamentos e faz diferença em nossas vidas. Com esse teste, a doutrina do Espírito Santo, conforme é sustentada pelos cristãos conservadores hoje em dia, não tem quase nenhum valor prático. Na maioria das igrejas cristãs o Espírito é inteiramente deixado de lado. Se Ele está presente ou ausente, não faz real diferença para ninguém. Breve referência é feita a Ele nos cânticos e na bênção apostólica. Fora disso Ele bem pode deixar de existir. Nós O ignoramos tanto que é só por cortesia que podemos ser denominados de “Trinitarianos” (os que crêem na Trindade).


A doutrina do Espírito Santo é dinamite enterrada. Seu poder aguarda descobrimento e uso pela igreja. O poder do Espírito não será dado a ninguém que dê fraco assentimento à verdade do Espírito. Ele espera por nossa ênfase. Quando o Espírito Santo deixar de ser incidental e voltar a tornar-Se fundamental, o Seu poder se firmará uma vez mais entre as pessoas chamadas cristãs. A idéia do Espírito sustentada pelo membro de igreja comum é tão vaga que quase chega a ser inexistente. 



Devemos sempre fazer distinção entre ter conhecimento acerca de alguma coisa e conhecê-la na prática. A distinção é a mesma que há entre ter conhecimento sobre alimentos e comê-los de fato. Um homem pode morrer de fome tendo todo o conhecimento a respeito do pão, e um homem pode permanecer espiritualmente morto, embora conhecendo todos os fatos históricos do cristianismo. O conhecimento pela descrição pode levar-nos ao conhecimento pela familiaridade; pode levar-nos, mas não o faz automaticamente. Por isso não nos atrevemos a concluir que, por termos conhecimento a respeito do Espírito, por essa mesma razão O conhecemos de fato. Tal conhecimento só vem por um encontro pessoal com o próprio Espírito Santo.


É tempo de arrepender-nos, pois as nossas transgressões contra a bendita Pessoa do Espírito Santo têm sido muitas e mui graves. Nós O temos maltratado amargamente na casa dos Seus amigos. Nós O crucificamos em Seu próprio templo (nós mesmos), como crucificaram o Filho eterno no monte Calvário. E os cravos que usamos não são de ferro, mas de substância extremamente nobre e preciosa, da qual é feita a vida humana. Dos nossos corações tomamos os refinados metais da vontade, dos sentimentos e do pensamento, e com eles modelamos os cravos da suspeita, da rebelião e da negligência. Com pensamentos indignos a respeito Dele e com atitudes hostis para com Ele, nós O entristecemos e O apagamos dias sem conta. O arrependimento mais verdadeiro e mais aceitável é inverter os atos e atitudes; mil anos de remorso por um ato errado não agradariam tanto a Deus como uma mudança de conduta e uma vida reformada. “Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que Se compadecerá dele e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar”. A melhor maneira de arrepender-nos é deixar de negligenciá-Lo, abrir todas as portas e convidá-Lo a entrar, submetendo a Ele todas as salas do templo dos nossos corações e insistindo com Ele para que entre e ocupe, como Senhor e Mestre, o nosso interior que é a Sua habitação. E recordemos que Ele é atraído pelo doce Nome de Jesus como as abelhas são atraídas pela fragrância do trevo. Onde Cristo é honrado o Espírito Se sente bem-vindo; onde Cristo é glorificado Ele Se move com liberdade e satisfação.


O Espírito Como Poder


Como opera esse poder? Através do Espírito de Deus, diretamente no espírito do homem. Ele pode usar uma mensagem, um cântico, uma boa ação, um texto ou o mistério e majestade da natureza; mas a obra final sempre será feita pela pressão do Espírito vivificante sobre o coração humano. À luz disso se verá quão vazio e sem sentido é o culto na igreja comum hoje. Todos os meios estão em evidência; a detestável fraqueza é a ausência do poder do Espírito. A música, a poesia, a arte, a oratória, os paramentos (roupas) simbólicos e tons solenes se juntam para encantar a mente do adorador; mas com muita freqüência a inspiração sobrenatural não está ali. O poder do alto não é nem conhecido nem desejado, quer pelo pastor, quer pelo povo. Isso é nada menos que trágico e tanto mais porque recai no campo da religião, onde está envolvido o destino eterno dos homens.


Com vestígios da ausência do Espírito, pode-se verificar aquela vaga sensação da falta de realidade que quase em toda parte reveste a religião da nossa época. No culto da igreja comum a coisa mais real é a triste ausência de realidade em tudo o que se faz. Aquele que presta culto permanece sentado num estado de indiferença suspensa e fantasiosa e uma espécie de entorpecimento sonolento toma conta dele. Ele ouve as palavras, mas não as registra, não consegue relacioná-las com coisa alguma do nível da sua vida. Tem consciência de ter entrado numa espécie de semi-mundo; sua mente se deixa subjugar por uma disposição mais ou menos agradável, mas que se desvanece sem deixar vestígio com a bênção final. Aquilo não afeta em nada a sua vida diária. Ele não experimenta conscientemente nenhum poder, nenhuma Presença, nenhuma realidade espiritual. Não há nada em sua experiência que corresponda às coisas que ele ouviu do púlpito ou que entoou nos hinos.


Um dos sentidos da palavra poder é a capacidade para fazer. Precisamente aí está a maravilha da obra do Espírito na igreja e no coração dos cristãos e da Sua infalível capacidade de tornar as coisas espirituais reais para a alma. A graça, o perdão, a purificação tomam forma com clareza quase física. A oração deixa de ser sem sentido e passa a ser uma suave conversação com Alguém de fato presente. O amor a Deus e aos filhos de Deus toma posse da alma. Sentimo-nos perto do céu e agora é a terra e o mundo que começa a parecer irreal. O mundo vindouro ganha nítido contorno diante das nossas mentes e começa a atrair nosso interesse e a nossa devoção. Então toda a nossa vida se transforma para conformar-se à nova realidade; e a mudança é permanente.


Melhor organização, equipamentos mais refinados, métodos mais avançados – tudo é inútil. É como trazer o melhor pulmão de aço depois que o paciente morreu. Todas estas coisas podem ser boas, mas não podem dar vida nem poder: “o Espírito é Quem vivifica”. Não precisamos de mais unidade de organização; a grande necessidade é o poder. As lápides sobre os túmulos nos cemitérios apresentam uma frente unida, mas permanecem mudas e impotentes em relação aos mortos e aos que passam junto delas.


Imagino que minha sugestão não receberá muita atenção séria, pois o corpo de cristãos que compõem a ala conservadora da igreja é tão carnal, os nossos cultos públicos em alguns lugares são de tal modo irreverentes e os nossos gostos religiosos estão envelhecidos de tal forma, que dificilmente a necessidade de poder seria maior em qualquer outra época da história. Creio que nosso lucro seria muito maior se declarássemos UM PERÍODO DE SILÊNCIO E AUTO-EXAME, para que cada um de nós pudesse sondar o próprio coração e procurasse preencher todas as condições necessárias para um real batismo do poder do alto. Somente o Espírito pode mostrar-nos o que está errado conosco e prescrever a cura a fim de nos livrar da paralisante falta de realidade do cristianismo que O omite. Só Ele pode mostrar-nos o Pai e o Filho e só a Sua operação interior pode nos revelar a solene majestade e o empolgante mistério do Deus Triúno.



[Continua... no próximo post falaremos sobre o Espírito Santo como fogo]




A. W. TOZER


Extraído do livro: A Conquista Divina
Selecionado por: Delcio Meireles (blog seguidores do cordeiro)



GRIFO: DANIEL FREIRE

terça-feira, 24 de maio de 2011

Amazing Grace - Tradução de Délcio Meireles


Em comparação da versão em português, vemos o quanto se perde muitas vezes em uma versão, e não estou falando de quantidade, mas do peso mesmo das palavras, da profundidade de experiência do autor em contraposição à do tradutor (da versão), da riqueza teológica e da sensibilidade e ao mesmo tempo aousadia poética.

Temos ainda essa tradução de Délcio Meireles:

compare e comente:



Amazing Grace, how sweet the sound,

That saved a wretch like me.

I once was lost but now am found,

Was blind, but now I see.


Maravilhosa Graça, como é doce o som,
Que salvou um miserável como eu.
Eu estava perdido, mas agora fui encontrado.

Era cego, mas agora eu vejo.



T'was Grace that taught my heart to fear.

And Grace, my fears relieved.

How precious did that Grace appear

The hour I first believed.


A Graça que ensinou meu coração a temer.
E a Graça, aliviou meus temores.
Quão preciosa se mostrou esta graça
Na ocasião em que eu cri.




Through many dangers, toils and snares

I have already come;

'Tis Grace that brought me safe thus far

and Grace will lead me home.

Através de muitos perigos, labutas e armadilhas
Eu já cheguei;
Foi a Graça que me trouxe seguro até aqui
E a Graça me levará para casa.



The Lord has promised good to me.

His word my hope secures.

He will my shield and portion be,

As long as life endures.

O Senhor me prometeu o bem
Sua palavra sustenta a minha esperança.
Ele será meu escudo e porção,
Enquanto a vida perdurar.


O irmão Délcio não encontrou nos melhores hinários em Inglês o seguinte verso:

Yea, when this flesh and heart shall fail,

And mortal life shall cease,

I shall possess within the veil,

A life of joy and peace.
Sim, quando esta carne e coração vierem a falhar,E a vida mortal, cessar
Vou possuir dentro do véu,
A vida de alegria e paz.


[Parece que foi um acréscimo de alguém, não consta como sendo de autoria de John Newton. O verso seguinte segue normalmente como no original.]


When we've been THERE ten thousand years

Bright shining as the sun.

We've no less days to sing God's praise

Than when we've first begun.

Quando tivermos passado dez mil anos lá
Brilhando fortemente como o sol
Não teremos menos dias prá cantar os louvores deDeus
Do que quando começamos no princípio.



compare com a versão em português.
Tradução do hino "Amazing Grace"

quinta-feira, 19 de maio de 2011

OS SETE DEGRAUS DA QUEDA DE PEDRO - ESBOÇO

 

INTRODUÇÃO
Jo 1.42
Mt 16.16 – Mc 14.71


- Identificação com Pedro e Jacó (Exemplos de como o Senhor quebra nossa vida egocêntrica e forma seu Filho em nós – Gl 4.19)
- Porém o Senhor mostrou grande amor e misericórdia para com Seu servo desobediente e fraco
- Muitos caíram e permaneceram prostrados, por não conhecerem a maravilhosa história da queda e restauração de Pedro
- Tomemos posse da promessa de Jesus - Jo 6.37 – “Aquele que vem a mim...


OS SETE DEGRAUS DA QUEDA


1. Rejeição da cruz
Mt 16.21,22 “Tem pena de ti, de modo nenhum te acontecerá”
2. Arrogância Espiritual
Mc 14.29 “Ainda que todos se escandalizem, nunca, porém, eu”
3. Relaxamento na devoção
Mc 14.37 “Simão, dormes?!”
4. Zelo sem entendimento
Mc 14.47 “Puxando da espada, feriu o servo do sumo sacerdote”
5. Fidelidade Parcial
Mc 14.54a “Pedro seguia a Jesus de Longe...”
6. Comunhão com o mundo
Mc 14.54b “... e estava assentado com os servidores aquentando-se ao fogo”
7. Negação Pública
Mc14.66-72 “e ele começou a praguejar, e a jurar: Não conheço esse homem de quem falais.”
 
[de Délcio Meireles]


* Breve postaremos o esboço dos 7 degraus da restauração de Pedro
AGUARDEM!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Versão em português de Amazing Grace, de John Newton


Oh! graça sublime do Senhor,
Perdido me achou;
Estando cego, me fez ver,
Da morte me salvou.

A graça me fez enfim temer,
E o meu temor levou;
Oh! Quão preciosa é para mim,
A hora em que me salvou.

Perigos mil atravessei!
E a graça me valeu;
Eu são e salvo agora irei,
Ao santo lar do céu.

Promessas deu-me o Salvador,
E nele eu posso crer;
É meu escudo e protetor,
Em todo o meu viver.

Onde Moras? [Entrando na intimidade com Cristo]



[Jo 1:29-42]


     João, o Batista, vê Jesus e começa a dar testemunho dEle dizendo:
     __ Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
     No entanto, nada especial parece acontecer.
     No dia seguinte, João vê outra vez a Jesus, e volta a dizer:
     __ Eis o Cordeiro de Deus.
     Desta vez, porém, dois de seus discípulos o ouvem e seguem a Jesus.
     Por certo João fica olhando para eles, sem nada dizer ou fazer para detê-los. João sabe que tem que perder para que Jesus ganhe. Ou, como diz o evangelho, tem que diminuir para que cristo cresça (Jo 3:30). Sua missão como precursor é pregar o Cristo, fazer com que todos O vejam e O sigam.
     Entretanto, Jesus se dá conta de que os dois estão seguindo-O. Então se volta para eles e lhes pergunta:
     __ Que buscais?
     É uma pergunta muito interessante. E direta. Sim, porque o seguiam?

QUE BUSCAIS?

     Pelo menos mais duas ocasiões, Jesus Confrontou às pessoas com as verdadeiras motivações que tinham ao seguir-lhe. Em ambas as ocasiões Ele foi direto e severo. Como se não lhe interessasse que o seguissem.
     Na primeira o Senhor explana sobre as altas demandas, ou o alto preço, do discipulado:
     __ Se alguém vem a mim e não aborrece seu pai e mãe e mulher e filhos e irmãos e irmãs e até mesmo sua própria vida, não pode ser meu discípulo... Qualquer de vocês que não renuncia a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo. (Lc 14:25,26)
     Isto significa, nada menos, que aborrecer a todos e renunciar a tudo. Esta palavra não era muito popular, nem pretendia agradar as pessoas.
     Na segunda ocasião, o Senhor mostra o quão mesquinho era o coração dos que o seguiam. Logo depois de multiplicar os pães e os peixes, o povo pretendia coroá-lo rei; mas como o importunassem, o buscassem e seguissem, inclusive até além do mar. Ao encontrar-lhe, lhe perguntam:
     __ Rabí. Quando chegaste aqui?
     O Senhor, que conhecia perfeitamente os que o buscava, lhes diz:
     __ Com certeza sei que não me buscam porque viram os sinais (de que Ele era o Messias), mas porque comestes dos pães e encontraram algo com que saciar. (Jo 6:25,26)
     Estas motivações, assim como as perguntas das pessoas e as respostas do Senhor, são muito recorrentes e continuam acontecendo até o dia de hoje.
     Muitos se aproximam do Senhor somente para ser saciados, ou curados, ou protegidos (como se Ele fosse um talismã). Somente para Isso. Mas o Senhor, que não pode ser enganado e que, como diz em João 2:25, conhece tudo o que há no homem, nos confronta com esse assunto diretamente.

ONDE MORAS?

     Os discípulos de João tiveram, porém, uma motivação bem distinta.
     __ Mestre, Onde moras? - perguntaram.
     __ Venham e verão - respondeu-lhes o Senhor.
     O Senhor não repele aqueles "intrusos" (porque realmente era uma pergunta bem indiscreta), mas os convida para a casa onde morava. Ele não os havia chamado, mas tampouco os rejeita. Em João 6.37 Ele diz: "O que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora."
     No entanto, em um de seus discursos, o Senhor também lhes diria:
     __ Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi a vos. (Jo 15:16)
     Como se cumpriu isso na vida dos discípulos? Ele os escolheu ou foram eles que se ofereceram?
     Não foram eles que se ofereceram. O Senhor chamou-os, o que acontece é que o Senhor os chamou de uma maneira diferente. O Senhor lhes inquietou o coração e os atraiu até a Sí, de modo que O seguiram. Quem poderia segui-Lo se Ele não chamar?
     Eles foram, viram onde Ele morava e ficaram com Ele aquele dia. No ato de segui-lo eles mostraram interesse por Sua pessoa, diferente das multidões, eles não queriam obter algo de Jesus, antes queriam conhecê-lO. o que lhes interessavam e atraíam era o próprio Jesus.
     O que viram esses nEle? Seguramente em Sua casa não havia nada que pudesse chamar especialmente a atenção. Pelo menos nada que aos homens chame a atenção, entretanto eles devem ter visto algo EM Jesus, porque na manhã seguinte um deles, André, encontrou-se com Simão, seu irmão, e lhe disse:
     __ Encontramos o Messias.
     Pedro deve ter ficado muitíssimo surpreendido com essa declaração. Porque dizer isso a um judeu, por mais ignorante que fosse, era dar-lhe a notícia mais espetacular que ele poderia ouvir em toda sua vida. Ficando o ouvinte extremamente feliz ou escandalizado, a notícia era espetacular. Afinal o povo judeu esperou (e alguns esperam ainda) por dezenas de séculos pela chegada do Messias.
     Imaginem o entusiasmo de André. O que teria visto ele naquela noite? Que coisas ouviu dos lábios de Jesus? Que estranho fulgor viu em seu olhar? O que sentiu ele no tom de Suas palavras? O que queimou no profundo de sua alma? Que coisas tão grandes ele viu e ouviu - podemos imaginar - para que saísse falando daquela maneira?
     André nem esperou que seu irmão se refizesse do espanto por tão grave declaração, mas o levou imediatamente até Jesus.
     Com certeza Pedro olhou Jesus "de alto a baixo", ouviu suas palavras atentamente, guardando cada uma delas, com a atitude receosa de muitos do povo, desconfiando de tudo e de todos.
     Mas Pedro também ficou com Ele. Para sempre.

É UMA HONRA SER CONVIDADO

     O Senhor Jesus veio para salvar todos os homens, mas também veio para fazer discípulos. Ele não tem tanto prazer naqueles que o buscam para serem curados (embora igualmente os atenda, porque é misericordioso e compassivo), mas tem maior prazer nos que vêm perguntando-lhe onde mora.
     Era isso que Ele desejava naquele tempo e deseja a mesma coisa ainda hoje. Ele deseja que procuremos onde Ele mora e que fiquemos com Ele para sempre. Portanto, o desejo Senhor é que, quando nós fizermos discípulos, o confrontemos com a mesma pergunta que ele fez àqueles discípulos de João: "O que buscais?".
     As multidões ainda seguem a Jesus, nos dias de hoje, pelos mesmos motivos de antigamente. Talvez tenham mudado as nuances e a roupagem das reais motivações, mas no fundo ainda são as mesmas. E ainda hoje os verdadeiros discípulos de Jesus continuam com a mesma motivação daqueles dois discípulos, à margem das multidões. Esse grupo de discípulos constitui-se de um círculo íntimo que se interessa em conhecer, contemplar e seguir a Jesus de perto.
     Não podemos nos contentar meramente em fazer parte da "cristandade", muitos que se dizem cristãos têm sido tão interesseiros e vaidosos (quantas vezes não fomos nós mesmos esses, ou ainda somos?). Essa "cristandade" professa o Nome de Jesus porque faz parte de um status social, porque ele funciona como um ente aglutinador e como mero sustentáculo de suas tradições. Ela o celebra, está certo, mas celebraria à qualquer outro (nome) que lhe servisse (desse o status, reunisse 'fiéis', sustentasse suas tradições), assim como os hindus celebram o Buda e os mulçumanos a Maomé.
     Por isso precisamos nos apartar dessa maré, para ver onde Ele mora, e ficarmos com Ele.
     Alguns de nós nos achegamos à Ele como estes dois discípulos, ainda que não soubéssemos na verdade quem Ele era; falamos a Ele (às vezes com petulância, outras com temor, mas com sinceridade): Onde você mora? e Ele não nos desprezou. Pelo contrário, nos atraiu, revelando-nos o Seu coração, de modo que foi impossível não amá-lo.
     Talvez Ele te conceda também o privilégio de seguir-lhe. É possível que ele esteja fazendo-se ouvir por você. Se é assim, considere-se um bem-aventurado, e siga-O imediatamente, não pense duas vezes. Que não aconteça que a voz dEle passe de ti e deixes de ouvi-la.
     Seguir a Jesus não depende de que alguém se ofereça, mas que Ele chame. [Jo 15:16] Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda. E seu chamado é inconfundível. Pode ser uma voz quase audível ou pode ser uma voz sem palavras, uma inquietação, um desejo. Seja como for, se você tem sentido essa voz, saberás que é Ele. Então tem que segui-lo até a casa onde ele mora, porque é uma honra que Ele te concede.
     Jesus é o Senhor e nós não escolhemos a Ele, mas Ele é quem escolhe a quem vem à sua casa.

DISCÍPULOS, NÃO MEROS SEGUIDORES

     Ser "discípulos" é mais do que "alguém que o segue".
     Em certa ocasião, Pedro disse ao Senhor.
     __ Nós deixamos tudo e O seguimos.
     O Senhor lhe respondeu:
     __ Na verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou pais, ou irmãos, ou mulher, ou filhos, pelo reino de Deus que não haja de receber muito mais neste mundo, e na idade vindoura a vida eterna (Lucas 18:29-30)
     Pedro era inconstante, arrogante e ambicioso (afinal, negou ao Senhor), mas ele deixou tudo por Jesus. Sim, foi isso que ele fez. Sendo assim, antes de o julgarmos pelas coisas reprováveis que fez, perguntemos-nos o quanto nós temos deixado pelo Senhor.
     Em um dado momento, em que todos voltavam atrás, o Senhor disse aos seus íntimos:
     __ Vocês também não querem ir?
     __ Senhor, para onde iremos da Tua presença? A quem nós iremos? Só Tu tens palavras de vida eterna. E nós cremos e reconhecemos que Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivente - lhe respondeu então Pedro (Jo 6.68-69).

PÕE TEU NOME

     Dos dois discípulos de João que, naquele dia, seguiram a Jesus, conhecemos apenas o nome de um deles: André. Quem era o outro? Não o sabemos.
     Há ali um discípulo anônimo; há ali uma lacuna que talvez esteja esperando por você. Talvez o texto tenha ficado assim para que coloque ali o TEU nome.



[1º Capítulo do livro "No Solo Cristo Murió: Los Amigos También Tienem que Morir" tradução de Daniel Freire]

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Pais e Filhos: TREINA A CRIANÇA DE ACORDO COM O SEU TEMPERAMENTO - Charles Swindol



APRENDA A SE DOBRAR CONFORME
AS INCLINAÇÕES DOS SEUS FILHOS

Provérbios 22.6


"Ensina o menino no caminho em que deve andar e até quando for velho não se desviará dele."

"Se pacientemente observarmos e dermos ouvidos aos nossos filhos, poderemos desviar prováveis desastres." Seis milhões de americanos vão dar um passo de mudar a vida este ano (escrito em Fevereiro de 1984). Este passo não mudará apenas a vida deles, mas terá um efeito profundo na próxima geração: eles vão ter filhos. A forma como vão criar estes pequeninos produzirá um impacto muito maior na sociedade, do que quando votam, criam artes, lêem livros, resolvem problemas tecnológicos ou como pretendem visitar outros planetas um dia.

Você pode logo estar entre estes seis milhões. Talvez já esteja, e, como pai, ou provável pai, você está ansioso para fazer a coisa certa, embora não tenha muita certeza do que ela seja. Sugiro que o lugar para começar é com um ingrediente simples: por mais estranho que pareça você pode gerar, vestir, alimentar, disciplinar e educar esta criança, sem mesmo conhecer sua vida. A questão não é falta de orientação. Muitas horas são gastas um na presença do outro. Você está apenas perdendo a sensibilidade. Conhecer seu filho é o principal. Encare isso: é impossível amar alguém que você não conhece até mesmo o seu próprio filho. Se isso é verdadeiro na questão do amor, também é verdadeiro na questão do treinamento. Os pais não podem esperar treinar bem um filho, se eles não conhecem aquele que está sendo treinado.

O ENSINO DE PROVÉRBIOS 22.6
Este versículo é muito conhecido da maioria dos cristãos: "Ensina o menino no caminho em que deve andar, e até quando for velho não se desviará dele.” Antes de provarmos este provérbio tão conhecido, leia-o novamente para ver se entendeu mesmo o que está escrito. Alguns acham que o ensinamento dele é: "Cuide atentamente para que seu filho esteja na igreja regularmente. Procure fixar firmemente na mente dele alguns versículos da Bíblia, hinos e orações. Se possível, leve-o a uma escola bíblica. Algum dia ele vai se entregar aos prazeres da mocidade, mas quando ficar velho o bastante para vencer seus impulsos, ele voltará para Deus." Não sei como você vê isso, mas tal declaração não encoraja muito os pais. Quem seria motivado a treinar seu filho, sabendo que está criando um pródigo que um dia se voltará contra seus pais e não para o Senhor, a não ser quando estiver velho e caduco? Isso além de não ser uma promessa, também não é verdade. Você e eu podemos mencionar pessoas que foram forçadas por pais exigentes a se conformarem a regras religiosas. Tão logo saíram de seus lares, se rebelaram. Posso me lembrar de dois amigos de infância que não apenas se rebelaram, mas morreram em sua rebelião. Eles nunca retornaram ao Senhor.

O QUE SIGNIFICA ENSINAR?
O que o escritor hebreu quis significar com o verbo "ensinar"? A raiz da palavra no original é um termo usado para "o palato, o céu da boca". Nos dias de Salomão uma parteira mergulhava seu dedo no suco de tâmaras espremidas, levava-o à boca do bebê e massageava a gengiva e o céu da boca para criar a sensação de mamar. Aí ela colocava a criança nos braços da mãe para se iniciar a alimentação nos seios dela. O termo crianças geralmente nos faz pensar num pequenino entre quatro e cinco anos. Em 1 Samuel o termo se refere a um infante (4.21), em Gênesis a mesma palavra é usada para Ismael antes dele ser adolescente (21.16), e com respeito a José quando ele já tinha 17 anos (37.2). O termo cobre todos os anos em que um filho está debaixo do teto dos seus pais, desde a infância até se tornar jovem.

Um pai regular pode raciocinar sobre este versículo assim: "Eu conheço o caminho certo para meu filho e vou treiná-lo desse modo. Vou aplicar o mesmo tipo de treinamento a cada um dos meus filhos; eles deverão seguir o mesmo caminho". À primeira vista Provérbios 22.6 dá idéia de negar a individualidade, mas é exatamente o oposto. "No caminho que deve andar" significa "acompanhar, em cooperação com, de acordo com" o caminho que ele deve seguir. A versão New American Standard oferece uma tradução literal assim: "Segundo o seu caminho." Isso pode ser totalmente diferente do caminho do pai. Deus não está dizendo: "Educa a criança como você a vê". Ele diz exatamente o contrário: "Se você quer que o seu treinamento seja piedoso e sábio, observe seu filho, seja sensível e esteja alerta a fim de descobrir o caminho dele, e encaixe o seu treinamento de acordo com esse caminho”. Provérbios 30.18 usa a mesma palavra para "caminho" como neste versículo. No Hebraico este termo "caminho" tem a idéia de "característica, maneira, modo". Os Salmos 7.12 e 11.2 usam esta mesma palavra para descrever um arqueiro com seu arco e flechas. Uma paráfrase de Provérbios 22.6 na Bíblia Ampliada diz: "Treina a criança no caminho que deve seguir (e acompanhando seu dom ou inclinação individual), e quando for velho não se desviará dele".

TENDÊNCIAS DADAS POR DEUS
Em toda criança existe uma inclinação, uma soma de características já estabelecidas por Deus. E os pais que querem treinar seus filhos corretamente devem descobrir qual é essa inclinação. Você pode ter mais de um filho. Eles são iguais? Provavelmente não. Um é criativo, o outro agressivo, prático. Um pode ser inteligente; o outro não é acadêmico. Um pode ter interesse em coisas técnicas e outro pode ser sonhador. Para um a vida é simples e feliz; para outro ela é complicada e séria. Os pais sem sabedoria podem dizer: "Vamos colocar este lar nos eixos. Todos vão se encaixar no meu molde". O pai frequentemente lidera o caminho com um dogmatismo do tipo "ou conserta ou deserta". Quando os filhos ouvem isso, eles fazem planos para sair de casa o mais cedo possível. Não é justo que os pais predeterminem o caminho para os seus filhos. Os pais sensíveis observam cada filho e aprendem como Deus os projetou, e adaptam seu treinamento de acordo com esse conhecimento.


OS FILHOS SÃO DIFERENTES
Jacó era uma espécie de "maricas". Esaú, seu irmão gêmeo, era um caçador másculo. Veja Absalão e Salomão, filhos de Davi. Absalão era um rebelde; Salomão um diplomata, um homem de paz, brilhante e sábio. Freqüentemente tentamos usar a mesma aproximação para com nossos filhos.

Outro erro grave é comparar um irmão com outro. "Ana, por que você não é como a Julia?" "Porque eu não sou Julia" responde Ana. "Por que não?" diz o pai. "Julia tem interesse em Deus e na Palavra Dele. Ela é sensível e ama o Senhor. Por que você é tão rebelde?" Ela responde: "Porque eu sou Ana". O pai apanha uma vara maior, determinado a fazer com que ela seja como a Julia. Ele acha que ela está respondendo, mas na verdade Ana está se esforçando para mostrar um ponto importante. Ela anseia que seus pais reconheçam que ela é diferente de Julia. Não tire conclusões precipitadas de que eu estou sugerindo que Julia ou Ana podem agir independentemente dos seus pais. Estou simplesmente dizendo que não é sábio comparar e encaixá-las no mesmo padrão.

AS FRAQUEZAS DOS FILHOS
Há anos atrás eu e minha esposa consideramos como estávamos falhando em reconhecer a individualidade em nossos filhos. Fazíamos uma revisão dos boletins escolares várias vezes no ano, diante de todos. Só os que só tiram boas notas apreciam tal coisa. Depois decidimos adotar um novo procedimento: cada boletim é lido novamente só com o filho que o trouxer para casa. Cada filho é encorajado ou desafiado individualmente, de acordo com o seu nível de capacidade e inclinação dada por Deus. Nossos filhos agora anseiam por estas avaliações pessoais, ao invés de temerem um encontro desagradável na frente de todos.

BOAS INCLINAÇÕES DOS FILHOS
Os pais precisam considerar as duas maiores inclinações nos filhos: Deus teceu certas características no tecido interior de cada criança, concedendo-lhe suas características físicas, emocionais, personalidade básica, interesses e capacidades. Vamos chamá-las de “boas inclinações”. Elas são produtivas e benéficas à criança e ao mundo no qual ela entra. O Salmo 139 descreve a boa inclinação que Deus nos deu individualmente, antes do nosso nascimento. A “Mãe Natureza” não nos formou, nem surgimos de repente. Na essência dos termos, o Salmista diz: “Tu, ó Deus, Tu e nenhum outro, foste responsável pela minha formação” (Sl 139.13). Davi também diz: “Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim” (v 16). Deus tem um “livro” para cada criança, e para cada novo filho que você tem, outro livro é aberto. Tão diferente como a noite e o dia, cada um foi planejado e estabelecido por Deus.

Os pais sábios reconhecem que nosso soberano Criador prescreveu certos atributos individuais a cada criança. Pelo estudo e observação, os pais chegam a conhecer os filhos que Deus lhes deu gastando tempo observando, conversando e ouvindo aquela criança preciosa, não apenas quando é pequena, mas durante todos os anos que viver no lar. Um dos melhores investimentos que você pode fazer, é depositar na mente dos seus filhos um conhecimento deles mesmos, isto é, conhecer as suas próprias inclinações. Ajude seus filhos a descobrirem suas capacidades e interesses dados por Deus. Anime-os a aceitarem a si mesmos e a verem o valor dessas características que os tornam diferentes de todos os demais.

FORÇA NÃO PRODUZ OBEDIÊNCIA
Frequentemente os pais usam de força para produzir a obediência, mas só a força leva a criança a se rebelar ou fugir. Lentamente ela desenvolve um desprezo por aqueles que a estão criando, passam a resisti-los e ficam magoadas com eles. Você pode dizer: “Forçando meu filho, eu o estou treinando como a Bíblia diz”. O primeiro passo na criação de um filho não é forçar e sim conhecê-lo. Quantidade alguma de treinamento forçado terá sucesso, caso você falhe em conhecer seu filho.

OS PAIS PROJETADOS NOS FILHOS
Pense numa cena familiar de um pai atlético que tem um filho artista. O pai (que quase entrou para o futebol americano profissional, mas que se machucou na faculdade), compra para seu filho de três anos uma bola de futebol americano que custou 25 dólares. Dia após dia o pai aguarda ver seu filho gostando do futebol americano, mas tudo o que o menino quer é tocar piano. Quando Júnior faz dez anos, seu pai está quase ficando louco. Ele teve um filho que pode tocar os clássicos mais difíceis no piano, mas não consegue realizar uma das mais simples jogadas de futebol americano. Para piorar as coisas, o menino não quer nem mesmo aprender. Seu pai grita como louco e o menino tenta explicar. O pai se recusa a ouvir e procura forçar uma mudança usando uma humilhação pública como alavanca, ou então ameaça cortar as aulas de piano. O filho quer agradar o pai, mas de nada adianta suas tentativas: ele não consegue.

O pai, um devoto freqüentador de igreja, também espera que seu filho tenha interesse no Senhor. Um fenômeno curioso e comum ocorre: uma troca estranha acontece no relacionamento. Por causa da frustração do pai e do ressentimento do filho, surge uma diminuição de interesse, lenta, mas contínua, pelas coisas espirituais. Troque alguns detalhes e possivelmente você verá uma cena dolorosamente semelhante em seu próprio lar. É muito melhor você cultivar as qualidades de seus filhos que foram dadas por Deus, ajudando-os a alcançarem o máximo do potencial deles.

AS MÁS INCLINAÇÕES DOS FILHOS
Cada criança tem também inclinações ou tendências para o mal. Essa tendência negativa é herdada, originalmente de Adão e especificamente do pai e da mãe. É a natureza pecaminosa da humanidade passada de pai para filho, de uma geração a outra. (Um fator adicional nessa inclinação maligna é uma cadeia de características pecaminosas que podem ser vistas para trás em cada um dos ancestrais da criança). Se os pais falham em reconhecer a tendência má em seus filhos através do pecado herdado, eles nunca poderão entender realmente as batalhas dos filhos. Eles só vão gritar mais e bater mais forte!

Cada criança nasce espiritualmente morta. Isso pode parecer muito duro, mas é a verdade. O Salmista disse: “Eis que em iniqüidade fui formado e em pecado me concebeu minha mãe” (51.5). A Bíblia Ampliada traduz melhor: “Eis que fui formado num estado de iniqüidade. Minha mãe que me concebeu era pecaminosa e eu também sou pecaminoso”. O Salmo 58 expressa o mesmo pensamento: “Os ímpios são alienados desde o ventre; andam errados desde que nasceram proferindo mentiras” (v 3). Muitos séculos mais tarde o apóstolo Paulo escreveu: “Pois, assim como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12). Desde o início da vida, toda criança tem uma tendência para o mal.

O Comitê de Criminalidade de Minesota, uma organização presumivelmente neutra a respeito de qualquer questão espiritual, declarou o seguinte para explicar os altos níveis das estatísticas sobre o crime: “Cada bebê começa a vida como um pequeno selvagem. Ele é totalmente egoísta e egocêntrico. Ele quer o que quer e quando quer: sua mamadeira, a atenção da mãe, os brinquedos dos seus amigos, o relógio do titio. Negue isso e ele manifesta raiva e agressividade que seriam criminosas, não fosse ele tão desvalido. Ele está, na verdade, contaminado. Não tem princípios morais nem conhecimento. Isso significa que todas as crianças, não certas crianças, nascem delinqüentes. Se lhes for permitido continuarem no mundo egocêntrico da sua infância, tendo permissão livre para suas ações impulsivas, para satisfazer suas necessidades, cada criança crescerá como criminosa, ladra, assassina ou estupradora”.


Pai, se você pensa que pode treinar seu filho corretamente, mesmo ignorando os danos (do pecado – nota do tradutor) na alma dele, lamentavelmente você está enganado. Você pode amá-lo de todo o seu coração, mas deve encarar o fato de que ele está estragado e caído por causa do pecado. Ele precisa de restauração. A única forma de lidar com este problema é através de um poder muito maior do que o poder da depravação: o Senhor Jesus Cristo! Os filhos devem ser levados a conhecê-Lo de forma pessoal. “Um filho entregue aos seus próprios caminhos, envergonha sua mãe” (Pv 29.15). Um filho deixado na condição original em que nasceu envergonhará aqueles que o amam. Coloque seu filho na sociedade, sem ter feito nada para alterar ou neutralizar sua inclinação para o mal, e ele trará ruína e sofrimento a um mundo já marcado pela impiedade sem punição. A neutralização pelo poder de Cristo é parte vital no propósito de quebrar a inclinação. A boa inclinação deve receber a cooperação humana; a má deve ser neutralizada pelo lado divino.

Quando foi a última vez que você se assentou sozinho com seu filho? Você já marcou um “compromisso” com seu filho ou filha? Se você quer ter um bom divertimento esta noite, observe seus filhos brincando. Algumas coisas vão te quebrar, pois você ficará assombrado ao ver como eles parecem com você quando você tinha a idade deles. Uma noite assentei com um dos meus filhos e conversei longamente com ele, discutindo coisas que estavam na sua mente. Não repreendi nem preguei. Não li a Bíblia para corrigir. Apenas ouvi, observei e prestei atenção. Meu filho riu e chorou e eu amei cada minuto. Provérbios 22.6 conclui: “E quando for velho não se desviará dele”. O termo “velho” significa “cabelo no queixo” ou “barbado”. Isso não é uma promessa para pessoas de 90 anos de idade. É para aqueles que, tendo sido treinados corretamente, estão deixando o ninho e entrando na maturidade.
CHARLES SWINDOLL

Tradução de: Delcio Meireles

Esse estudo pode ser copiado e compartilhado desde que a fonte e o autor sejam mencionados.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Apresentação do Blog "As riquezas de Cristo"

Ao apresentar Riquezas de Cristo, nosso encargo é servir como canal para que Deus alcance Seus filhos, ministrando-lhes Sua vontade e constragendo-os de volta para Si, e, por outro lado, expor as riquezas espirituais que Ele tem deixado como suprimento para Seu sedento povo.



"E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba.
Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.
E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado." (Jo 7.37-39)



Existe uma tremenda riqueza espiritual que o Senhor Jesus Cristo deixou a nós e Ele o fez através daqueles que responderam ao chamamento celestial e passaram pela cruz. Há também, no entanto, uma guerra contra os santos e uma das principais estratégias do inimigo é tentar manter essas riquezas ocultas, outra é desviar-nos do propósito do Senhor.
 
Muitos cristãos estão doentes e há outros ainda que dormem, muitos estão cauterizados espiritualmente e não têm percebido o mover genuíno do Espírito Santo nessa geração que espera a volta do Senhor. Maranata!
 
Deus sempre encontrará aqueles que se prostram diante de Seu trono e de Sua vontade - somos nós parte desse grupo? Aceitaremos que Seu Espírito opere em nós o morrer com CRisto para tudo aquilo que não glorifica a Deus a fim de fazermos parte do remanescente final que está apressando Sua vinda por cuidar de Seus interesses? Que o Senhor abra nossos olhos espirituais para conhecê-lo melhor e sermos ganhos por Ele. Importa que Ele cresça e tenha primazia sobre todas as coisas.

[adaptado de um trecho do prefácio à série Riquezas de Cristo - Vol 3 "A Cruz: O Caminho Para o Reino" de Jessie Penn-Lewis, Editora CCC, tradução de Délcio Meireles]



"Ele é o resplendor da Sua glória e a expressa imagem do Seu Ser, e sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder, havendo Ele mesmo feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas,“Heb 1:3